Para exemplificar, perambulando pela Av. Paulista no final de semana, encontrei em uma banca de revista o exemplar de setembro da Cult (ano 12, n 139). O Dossiê desse mês traz como tema: Qual é o sentido do trabalho?. Pude descobrir autores fantásticos e validar mais uma vez a teoria junguiana ao constatar que minhas atuais reflexões a respeito do trabalho estão sendo foco de pesquisa de muitos acadêmicos e autores renomados em sociologia, filosofia e psicologia.
Nessa leitura me deparei com um novo termo INFOPROLETARIADO. Você sabe o que isso quer dizer? Segundo os autores do ensaio De volta à condição proletária, esse é o novo proletariado do Brasil o OPERADOR DE TELEMARKETING (e porque não do mundo, ou melhor, dos países emergentes do BRIC?).
No entanto, esse novo grupo de trabalhadores não possuem tradição organizativa, são despolitizados e com baixa aparição coletiva na cena pública. De nada representam o proletariado engajado e socialmente comprometido da década de 70 que mobilizou o segmento industrial e fez emergir figuras importantes do cenário político atual, como o nosso presidente da república.
Conheço a realidade desse infoproletariado através da minha experiência com recrutamento e seleção de inúmeros profissionais dessa área para empresas de Call Center. As condições de trabalho (jornada, metas, atividade limitada a um script pré definido) politica de remuneração e submissão a uma liderança muitas vezes despreparada, me faz concordar com o ensaio e pensar se já não temos um sintoma grave da nova ordem econômica dos países emergentes com suas privatizações, terceirizações e financeirização de empresas...
Assunto no mínimo polêmico...
Estamos participando inconscientemente da construção de uma grande massa de trabalhadores jovens, porém alienados da sua condição política, social e humana?
Acho que precisamos pensar muito a respeito...